Podemos dizer que a Finlândia é a casa espiritual do rally. Logo, nada mais justo do que em uma situação adversa como na necessidade de uma “prova suplente”, procurar os finlandeses para sediar mais uma etapa do WRC. Nesse caso, o Rally do Ártico (assim o chamaremos para facilitar as questões de tradução) foi sediado na cidade de Rovaniemi, situada dentro do Círculo Ártico e que é mundialmente conhecida por ser a terra do Papai Noel, haja vista a sua localização na região da Lapônia. Tal prova ingressou no calendário de 2021 como substituta do Rally da Suécia, uma vez que as etapas suecas estavam marcadas, infelizmente, pela ausência de neve em seus trechos (Greta tem razão agora?). Além disso, há também a preocupação com os ainda crescentes números de casos de Covid-19 naquela região da Europa.
Mas vamos à velocidade: o primeiro dia de provas contou com duas especiais no mesmo trecho: Sarriojärvi 1 e 2 (31 km). A primeira passada nessa especial, ainda de dia, foi vencida por Ott Tänak da Hyundai, seguido por Craig Breen, também da marca sul-coreana e seguidos pelo jovem piloto da casa, Kalle Rovanpera com o seu Toyota Yaris WRC. Na segunda passagem, já no cair da noite, a situação não mudaria muito entre os três primeiros: Tänak vence a SS2, Kalle fica no segundo posto e Breen fecha o pódio.
No sábado, mais seis trechos cronometrados: Mustalampi (24,43 km), Kaihuavaara (19,91 km) e Siikakama (27,68 km) e aqui cabe um parêntese; esses dois últimos trechos são bastante conhecidos pela comunidade do Rally Virtual, no caso, dentro do simulador Richard Burns Rally (PC), já que são especiais famosas dentro do tão amado simulador de rally pela comunidade brasileira (Alô galera do RBR Brasil e do e.RallyGaúcho!).
Assim, no segundo dia de provas, o estoniano da Hyundai continuou a dar as cartas na disputa e aumentou a sua liderança diante os demais competidores. Na segunda especial do dia, Kaihuavaara 1 (19,91 km), destaque para o melhor tempo daquele estágio para o britânico Elfyn Evans que conseguiu andar na frente dos até então ponteiros da prova com o seu Toyota Yaris WRC. Também tenho que destacar a performance do outro jovem promissor e com pedigree de campeão, Oliver Solberg, filho do campeão mundial Peter Solberg, fazendo a sua primeira prova na categoria de “gente grande” (apesar do sueco-norueguês ter apenas 19 anos) com um Hyundai i20 WRC e terminando o sábado na sexta colocação geral da prova. Contudo, antes de passarmos para o último dia de prova, vale destacar a infelicidade do atual campeão mundial, Sébastien Ogier, que na SS8 Sikakama 2 acabou saindo fora do trecho e ficando preso em um banco de neve, justamente na penúltima curva da especial. No final do sábado, a liderança seguia com Tänak, seguido por Rovanpera (+24,1 s) e agora por Neuville (+25,9 s) no terceiro lugar geral.
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Chegamos no domingo, último dia de provas. Agora teríamos apenas uma especial sendo percorrida duas vezes, Aittajarvi (22,47 km), e na última vez como Power Stage valendo pontos extras. Na SS9, o melhor tempo ficou novamente com Evans, seguido por Rovanpera e Neuville.
Na SS10, o Power Stage, para a surpresa de muitos, menos a de quem vos escreve, o melhor tempo ficou com Kalle Rovanpera, seguido por Craig Breen e Thierry Neuville. Tänak terminaria aquela especial em quarto lugar, apenas levando o seu i20 WRC para casa para afastar a zica e ficar com a vitória no Rally do Ártico.
Assim, o campeonato de pilotos ficou sob a liderança de Kalle Rovanpera e com a seguinte classificação:
Classificação de pilotos após a segunda prova. Fonte: ewrc-results.com/season/2021
Já no campeonato de equipes a liderança segue com os japoneses na Toyota.
Classificação de equipes após a segunda prova. Fonte: ewrc-results.com/season/2021
Nos vemos em abril para o novíssimo Rally da Croácia, agora longe do frio e nas paradisíacas praias do Mar Adriático. Até lá!
Texto: Fernando Brondani
Foto destaque: wrc.com (créditos nas legendas)