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Al-Attiyah é o novo líder nos carros e luso-alemão Bühler vence motos na 2ª etapa em Portugal

A beleza e a seletividade dos percursos do Alentejo continuam a surpreender as equipes do bp Ultimate Rally-Raid Portugal, que recolhe elogios dos pilotos do Campeonato Mundial de Rally-Raid (W2RC).

Desportivamente, a segunda etapa fica marcada pela ascensão do bicampeão mundial Nasser Al-Attiyah (Prodrive) à liderança entre os automóveis, pela subida ao quarto lugar da classificação geral do português João Ferreira e pela vitória do luso-alemão Sebastien Bühler nas motos. Amanhã, as equipas têm pela frente a mais longa etapa da prova, com passagem pelas regiões do Ribatejo, Alto Alentejo e Estremadura espanhola.

O segundo dia competitivo do bp Ultimate Rally-Raid Portugal foi marcado por uma luta frenética na frente da corrida, com os pisos lamacentos e extremamente escorregadios a causarem dificuldades suplementares às equipas das diferentes categorias.

Com a vitória na etapa de hoje, Nasser Al-Attiyah e o navegador francês Edouard Boulanger são os novos líderes da prova do Automóvel Club de Portugal. Um resultado que lhes vale mais cinco pontos no W2RC e a aproximação a Carlos Sainz, que lidera o campeonato, após a vitória no Dakar. “É bom ganhar a etapa. Estamos contentes, mas até fomos um pouco cautelosos, por se tratar de uma corrida nova para todos, onde é fácil cometer erros. Temos de ir etapa a etapa e acumular pontos todos os dias para o campeonato”, sublinhou o piloto do Catar, que começou a prova a nove pontos de Sainz, estando agora a sete.

Já Sébastien Loeb foi igual a si próprio. Apesar de se estrear aos comandos do Taurus T3 Max da categoria Challenger, o francês ficou a escassos 35 segundos da vitória na etapa. O duplo vencedor do WRC Rally de Portugal começou a etapa no 27º lugar na estrada e ultrapassou todos os rivais na categoria Challenger. “Estivemos sempre ao ataque. Fizemos o nosso melhor com este carro. Foi mesmo tudo ao máximo. Não era possível fazer muito mais”, afirmou Loeb, que ascendeu ao quinto lugar da geral e primeiro da categoria.

Aos comandos de uma Toyota Hilux, Yazeed Al-Rajhi e Timo Gottschalk estabeleceram o terceiro melhor tempo do Setor Seletivo, um resultado que lhes permitiu manter o segundo lugar da classificação geral. “Passámos a ‘abrir’ a estrada depois do acidente do (Guerlain) Chicherit, por volta do km 30. Não foi fácil, mas fizemos o nosso melhor e o Timo (Gottschalk) fez um ótimo trabalho”, disse o piloto saudita.

Em excelente plano esteve a dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro. Aos comandos de um MINI JCW Rally Plus, não apenas foi a melhor equipa portuguesa, com o quarto lugar no setor seletivo, como também subiu à quarta posição da geral, a 1m46s da liderança. “Foi um dia difícil. A primeira parte da especial estava muito escorregadia e com muita lama. Depois da neutralização, na segunda parte, o piso estava mais seco e pudemos divertir-nos mais. Quarto lugar na geral, para já. Não me parece mau”, apontou o jovem piloto de Leiria, que venceu também a prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno, cujas pontuações foram atribuídas no final da etapa de hoje.

Quem também continua a ter aspirações à vitória é Carlos Sainz, noutro MINI JCW Rally Plus da X-Raid. O quatro vezes vencedor do Dakar foi o quinto mais rápido do dia e ocupa o terceiro lugar da geral: “Correu tudo bem. O carro está impecável e a etapa era bastante técnica, com partes lamacentas e estreitas – típicas de Portugal.”

Em bom plano esteve João Ramos, com o piloto da Hilux a ser o oitavo mais rápido do dia.

O jovem sul-africano Saood Variawa, de apenas 18 anos, chegou a ser a surpresa do dia, colocando a sua Toyota na frente da prova do W2RC, mas a sua alegria durou pouco pois sofreu uma penalização de 30 minutos no final da etapa.

Entre os portugueses, no final da segunda etapa, há mais destaques: João Dias é o sétimo classificado da geral e o segundo da categoria Challenger, a 3m54s de Loeb; Alexandre Pinto é o terceiro entre os Challenger e o nono da geral; Armindo Araújo ocupa a 13ª posição absoluta, imediatamente à frente de João Ramos.

Já João Monteiro continuou a liderar entre os SSV, apesar da vitória na etapa ter sido para o líder da categoria do W2RC, Yasir Seaidan. O saudita tem 2m10s de desvantagem para Monteiro.

Um dia que também fica marcado pela desistência de duas Toyota Hilux T1+ candidatas à vitória do bp Ultimate Rally-Raid Portugal: o líder da primeira etapa, Guerlain Chicherit, não evitou um acidente no início do Setor Seletivo e apesar de ainda ter prosseguido em prova, foi obrigado a desistir por problemas mecânicos resultantes do excesso; a mesma sorte teve o colega de equipa Guillaume de Mévius, devido a um despiste ao km 48.

Bühler ganha a etapa e ataca a liderança de Schareina

O luso-alemão Sebastian Bühler foi o grande herói das motos na segunda etapa do bp Ultimate Rally-Raid Portugal, uma boa parte percorrida na região onde reside. O piloto da Hero foi o mais rápido no setor seletivo de 166,29 km, estreou-se a ganhar etapas no Mundial de Rally-Raid (averbando por isso cinco pontos) e com isso reduziu para 2m56s a desvantagem para o líder da classificação geral, o espanhol Tosha Schareina, da Honda.

Bühler começou o dia com uma desvantagem de 5m35s, depois de quatro minutos de penalização terem sido adicionados ao seu tempo na quarta-feira à noite: “Senti-me bem ao longo de toda a etapa. Havia muita água na estrada antes da zona de reabastecimento, mas tentei ser rápido, sem deixar de ter alguns cuidados com a moto, porque nas zonas rápidas o risco é enorme. Depois disso, a especial fluiu e estou muito contente com este resultado”, disse Bühler.

O francês Adrien Van Beveren (Honda) foi o segundo mais rápido do dia, a 1m09s de Bühler: “Estou a gostar muito desta prova. Adoro correr em Portugal, adoro este tipo de terrenos, são completamente diferentes do que estamos habituados no deserto. É um percurso técnico e que exige muita concentração nas passagens de água. Seria difícil bater o Sebastian Bühler aqui, porque estamos a correr no ‘jardim’ dele. Mas fico contente por ele e vou continuar a dar o meu máximo.”

Brilhante foi a atuação do ex-campeão nacional Bruno Santos, autor do terceiro melhor tempo, mas também o primeiro da categoria Rally2 e o melhor português. “Foi um excelente dia para mim. Senti-me muito confortável e estive sempre com um bom ritmo. O percurso era traiçoeiro, com algumas zonas muito escorregadias, mas como estamos no nosso país, podemos atacar com mais confiança”, afirmou o piloto da Husqvarna.

O sul-africano, Bradley Cox (KTM) foi o quarto mais rápido do dia e o segundo entre os Rally2, seguido do americano Skyler Howes (Honda) e de Tosha Schareina (Honda) que correu a etapa com uma cinta de pulso no braço esquerdo, como proteção contra quaisquer repercussões da fratura que sofreu na primeira etapa do Dakar deste ano. O espanhol manteve a liderança da classificação geral, com 2m56s para Sebastian Bühler.

Oitavo classificado na etapa de hoje, António Maio (Yamaha) foi relegado da quarta para a quinta posição da geral, a 4m51s do líder

Uma referência para Harith Noah, vencedor da classe Rally2 no recente Rali Dakar, mas que ficou parado ao km 48 com problemas de embraiagem. O piloto da Sherco tinha começado o dia no 6º lugar do Rally2.

O português Gonçalo Amaral (Honda) ocupa o 16º lugar da geral e a liderança da categoria Rally3.

O argentino Manuel Andújar continuou a dominar entre os quads, um dia depois de David Castera, da ASO, ter anunciado que a categoria vai deixar de competir no Dakar em 2025.

Amanhã, sexta-feira, disputa-se a etapa mais extensa do bp Ultimate Rally-Raid Portugal, com um total de 374,10 quilómetros cronometrados. As equipas rumam ao Ribatejo e ao Alto Alentejo, regiões com muita tradição no todo-o-terreno também por causa da Baja Portalegre 500, cruzando a fronteira para a chegada a Badajoz, cidade espanhola onde vão pernoitar e iniciar a etapa de sábado.

TEXTO: Gabinete de Comunicação Rally Raid Portugal
FOTOS: Luís M Costa / NewsMotorSports.com