Ele está fazendo o caminho inverso de muitos competidores, já experimentou as grandes quilometragens do Rally Cross Country, incluíndo o Sertões como navegador (com bons resultados), agora está investindo na carreira de piloto no Rally de Velocidade. Depois de disputar algumas provas avulsas do calendário, o paranaense anunciou esta semana a sua primeira temporada completa.
Dentre tantas modalidades do automobilismo, porque rally e porque de velocidade? Quais os diferenciais do esporte?
Comecei em 1999 nos Raids de Jeep e alguns anos depois, comecei a acompanhar todo tipo de prova off-road (raid, rally regularidade, cross country e rally de velocidade). Os rallys de velocidade são desafiadores e impressionantes. Sempre admirei muito o fato dos carros andarem a velocidades altíssimas em pisos com baixa aderência. A velocidade é apaixonante e tentar ser o mais rápido em cada especial é algo único. Além disso, no rally, as duplas precisam lidar com o inesperado, improvisar e dependem muito do entrosamento e da confiança nos limites do carro, já que não chegam a decorar o roteiro e, simplesmente precisam confiar no levantamento que é feito em 2 ou 3 passadas pelo trecho a no máximo 70km/h antes das provas. Nas especiais os carros chegam, as vezes, a mais de 150km/h, na maioria das vezes sem área de escape, sem guard-rail ou pneus de proteção, como em autódromos. É um esporte sensacional.
Como foi o processo de viabilizar a temporada? Serão recursos próprios ou patrocínio?
Tomei a decisão em participar e ao mesmo tempo buscar patrocínios. Caso obtenha poucos patrocínios a estrutura toda será simplificada ao máximo para poder andar todas as provas (ex. usar pneus semi novos, apoio com estrutura mais simples, etc). Se obtiver um montante de recursos que representem uns 60% do custo total da temporada, já poderemos melhorar a estrutura, adquirir pneus novos a cada etapa e ter uma estrutura de apoio melhor , por exemplo.
Qual o seu objetivo para a 1ª temporada completa? O que você julga ser essencial para atingí-lo?
O objetivo meu e de qualquer um que compete é sempre de vencer, porém, sem dúvida para isso é preciso primeiro, completar todas as provas, não ter quebras, fazer bons levantamentos. A consequência de tudo isso são bons resultados. Portanto, esses são itens essenciais para atingir o objetivo.
O que você já conhece das etapas do calendário? Tem alguma(s) que será especial fazer parte?
Eu já andei em Estação-RS, Graciosa-PR e Rio Negrinho-SC, todas provas muito bem organizadas e sensacionais de andar. Nunca, sequer, assisti uma prova em Erechim-RS e, nesse caso , a expectativa é enorme, pois é uma prova válida pelo Sul-Americano, onde o público é enorme e há muitas pessoas nos trechos. Sem dúvida, deve ser animal competir nessa prova, que entendo ser a mais relevante no cenário do rally de velocidade no Brasil.
Qual será a estrutura da equipe?
Ainda estou definindo várias coisas, tudo depende do que receber de recursos de patrocínio, mas muita coisa será própria.
Quais suas referências no rally?
Quando analisando o cenário internacional como pilotos, sem dúvida Loeb e Ogier ; já no cenário nacional Mauricio Neves; Quanto a navegadores, não acompanho de perto os gringos, mas aqui no Brasil minha referência é o Gilson Rocha, um cara gente finíssima, mas sem dúvida temos excelentes navegadores.
Quais os planos futuros? Pretende competir em provas internacionais?
Não cheguei a pensar em provas internacionais. Entendo que, conseguir disputar o campeonato brasileiro esse ano já será a realização de um sonho. Se eu conseguir participar do campeonato todo nos próximos anos, já posso me sentir realizado.
Como será a sua preparação para a disputa do campeonato?
Pretendo fazer algumas aulas de pilotagem para aprender e dominar algumas técnicas (algo que até hoje não fiz); Ando quase toda semana de kart, o que ajuda muito e estou indo de 3 a 5x por semana na academia para fazer musculação, funcional e pilates. Tudo isso ajuda bastante.
Fotos: Redes Sociais, Divulgação, Edson Castro