A promessa da organização de que a sexta e penúltima etapa do Rally dos Sertões seria uma das mais difíceis de todas as 24 edições da história do principal rali brasileiro se confirmou com louvor. Os 515 quilômetros de especial que ligaram Mateiros a Ponte Alta, no Tocantins, pela região semiárida do Jalapão, bem na conclusão da etapa maratona, formaram, na opinião dos pilotos, a especial mais difícil de toda a história do Rally dos Sertões.
Nos anos anteriores em que a competição percorria a região, que fica no sul do estado do Tocantins, eram comuns as quebras e abandonos de vários competidores. Fama da região que fez os membros da caravana a apelidar as etapas maratona da área de ‘O Monstro do Jalapão’.
“Acho que nunca naveguei em um trecho tão difícil na minha vida. Especial muito longa, complicada”, apontou o navegador Beco Andreotti. O piloto Cristian Baumgart resumiu bem a situação ao final do dia. “Meus rins vieram parar no lugar das amídalas”.
Cristian e Beco mantiveram a liderança no geral acumulado entre os carros para o X Rally Team. Em dia de nova vitória do Mitsubishi de Guilherme Spinelli e Youssef Haddad, o NWM-Ford Ranger #304 foi o terceiro mais rápido da classe T1 FIA.
“Na minha vida como piloto de rali, foi a prova mais difícil que já fiz. Puxada, com terreno difícil, variável e muito quente dentro do carro. Tivemos de parar para trocar a bota do semieixo do carro, e isso nos tomou uns 25 minutos. Todo o conjunto foi exigido ao máximo”, disse Baumgart. “Neste ano eu corri um rali em Botsuana, na África, e saí de lá achando que aquilo era três vezes mais difícil que o Jalapão. Hoje o Jalapão foi três vezes mais difícil que o Botsuana”, comparou. “Até o monstro do Jalapão apareceu para ‘comer’ nosso carro, mas com o trabalho de equipe nós conseguimos escapar dele”, finalizou Cristian, que alimenta uma vantagem de 45min38s para Spinelli/Haddad, que assumiram o segundo lugar ao superarem, em apenas nove segundos, o segundo NWM-Ford Ranger, do sul-africano Lance Woolridge e do brasileiro Marcelo Haseyama.
Além do carro, o físico foi bastante exigido. No caso do navegador Beco Andreotti, ao extremo. “Foi o dia mais tenso da minha vida. A cada barulho diferente que eu ouvia, eu começava a imaginar todo tipo de problema”, começou. “Quase tive uma desidratação. Comecei a sentir formigamentos no braço e na mão. Percebi na hora e comecei a comer e beber tudo o que eu podia, pois a reação rápida minimizaria os efeitos. Fui passando mal até o abastecimento, onde me deram, gelo, açúcar, refrigerante e comida salgada para eu repor todos os nutrientes. Melhorei na hora e no final fomos puxando um ritmo forte para recuperar tempo. Deu certo, e desta vez passamos pelo monstro do Jalapão com algumas marcas de batalha”, resumiu.
O sábado marca a etapa final do Rally dos Sertões 2016. Serão 243 quilômetros entre Ponte Alta e Palmas, capital do Tocantins, com 191,5 quilômetros cronometrados. A ideia da dupla do X Rally Team é clara: poupar e não cometer erros. “Amanhã vamos fazer uma prova limpa, continuar em um ritmo aceitável e não fazer besteira”, fechou Cristian.
Confira os mais rápidos do 6º Dia:
1º) Guilherme Spinelli/Youssef Haddad (MITSUBISHI), 6h32min30s
2º) Lance Woolridge/Marcelo Heseyama (NWM-FORD PERFORMANCE), 6h52min30s;
3º) Cristian Baumgart/Beco Andreotti (FORD X RALLY TEAM), 6h53min51s;
ACUMULADO APÓS 6 ETAPAS:
1º) Cristian Baumgart/Beco Andreotti – 26h38min53s
2º) Guilherme Spinelli/Youssef Haddad, 27h24min31s (+45min38s)
3º) Lance Woolridge/Marcelo Haseyama – 27h24min40s (+45min47s)
A etapa final do Rally dos Sertões 2016
10/09 – Etapa 7
Ponte Alta (TO) – Palmas (TO)
Deslocamento inicial: 4,61 km
Trecho especial: 191,54 km
Deslocamento final: 47,46 km
Total do dia: 243,61 km
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CLEBER BERNUCI / CAIO SCAFURO
Foto: Doni Castilho/Fotop